quinta-feira, 30 de agosto de 2018

SAERJINHO - LÍNGUA PORTUGUESA COM GABARITO


Leia o poema abaixo para responder as questões 1 e 2.
Pássaro em vertical
Cantava o pássaro e voava
Cantava para lá
Voava para cá
Voava o pássaro e cantava
De
Repente
Um
Tiro
Seco
Penas fofas
Leves plumas
Mole espuma
E um risco
Surdo
N
O
R
T
E
S
U
L
Fonte: NEVES. Libério. Pedra solidão. Belo Horizonte: Movimento Perspectiva, 1965.15

1. Qual é o assunto do texto:
a) Um pássaro em vôo, que leva um tiro e cai em direção ao chão.
b) Um pássaro que cantava o dia todo.
c) Um pássaro que sonhava com a liberdade.
d) A queda de um pássaro que não sabia voar.

2. De que maneira a forma global do poema se relaciona com o título “Pássaro em  vertical”?
a) A disposição das palavras no texto tem relação com o sentido produzido.
b) As palavras “norte-sul” não foram escritas verticalmente no poema.
c) O fato de que o pássaro possui penas e/ou plumas fofas e leves.
d) O termo vertical pode ser associado ao vôo do pássaro.

Leia o texto abaixo para responder as questões 3 e 4:
Como um filho querido
            Tendo agradado ao marido nas primeiras semanas de casados, nunca quis ela se  separar da receita daquele bolo. Assim, durante 40 anos, a sobremesa louvada compôs  sobre a mesa o almoço de domingo, e celebrou toda data em que o júbilo se fizesse  necessário.
            Por fim, achando ser chegada a hora, convocou ela o marido para o conciliábulo  apartado no quarto. E tendo decidido ambos, comovidos, pelo ato solene, foi a esposa  mais uma vez à cozinha assar a massa açucarada, confeitar a superfície.
            Pronto o bolo, saíram juntos para levá-lo ao tabelião, a fim de que se lavrasse ato de adoção, tornando-se ele legalmente incorporado à família, com direito ao prestigioso  sobrenome Silva, e nome Hermógenes, que havia sido do avô.
Fonte: COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p.57.16

3. No conto “Como um filho querido” a esposa e o esposo foram ao tabelião com  intuito de:
a) Regularizar a situação de um parente registrando seu nome.
b) Registrar o nome do filho querido que há 40 anos fazia parte da família, mas não tinha registro.
c) Lavrar o ato de adoção do bolo no tabelionato, e assim, incorporá-lo à família
como um filho querido com direito ao sobrenome da família Silva.
d) Lavrar o ato de adoção do filho querido para que o mesmo recebesse o  nome do seu avô paterno, Hermógenes.

4. A expressão no 2º parágrafo “Convocou ela o marido para o conciliábulo  apartado no quarto” significa:
a) A mulher chamou o marido para uma conversa séria no quarto a fim de convencê-lo de que era preciso dar um nome ao bolo e registrá-lo no tabelionato.
b) A mulher convidou o marido para uma breve reunião no quarto do casal na
qual decidiriam pelo registro do nome do bolo no tabelionato.
c) A esposa determinou ao marido que fosse ao quarto a fim de convencê-lo de  dar um nome e registro ao bolo no cartório por meio de uma comemoração  íntima.
d) A esposa pediu para o marido que a acompanhasse até o quarto onde decidiriam registrar o nome do bolo no cartório de registros por meio de uma  assembléia geral.

Leia o texto abaixo:
Por que os japoneses vieram ao Brasil?
            E por quê, agora, seus descendentes estão indo para o Japão?
            No início do século 20, as lavouras de café brasileiras precisavam de mão-de-obra.  A saída do governo brasileiro foi atrair imigrantes. O momento não podia ser melhor para os japoneses – lá, o desemprego bombava por causa da mecanização da lavoura.  Outro motivo que facilitou a vinda deles foi um tratado de amizade que Brasil e Japão  tinham acabado de assinar.
            Aí, a situação se inverteu: o Japão se transformou em uma potência e, lá pela década de 80, ficou difícil bancar a vida no Brasil por causa da inflação e do desemprego. Os netos e bisnetos dos imigrantes japoneses enxergaram, então, uma grande chance de se dar bem e foram em massa para o Japão. Até 2006, a comunidade brasileira no país já havia alcançado 313 pessoas.
Fonte: Revista Capricho nº 1045 maio/2008 p.94.

5. Na frase: “... o desemprego bombava por causa da mecanização da lavoura”, a expressão destacada pode ser substituída por:
a) Aumentava.       b) Apontava.      c) Atraía.          d) Bancava.

Leia o trecho da reportagem abaixo:
Jornal do Rio está fazendo 50 anos
            Ousado e investigativo o “Correio do Povo” sempre mostrou numa linguagem muito clara, tanto com os assuntos da cidade, do país e do mundo, como também dos municípios do bairro de cada cidadão e leitor.
Fonte: Revista Veja 2001.

6. No trecho “Ousado e investigativo o Correio do Povo sempre mostrou numa  linguagem muito clara...” as palavras destacadas qualificam:
a) A cidade do Rio de Janeiro.       b) O leitor.       c) O jornal.       d) Os jornalistas.18

Leia o texto abaixo:
Debussy
Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Um novelozinho de linha...
Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Oscila no ar pela mão de uma criança
(Vem e vai...)
Que delicadamente e quase a adormecer o balanço
Psio...-
Para cá, para lá...
Para cá e ...
- O novelozinho caiu.
Manuel Bandeira

7. O autor repete várias vezes “Para cá, para lá...”. Esse recurso foi utilizado  para:
a) Acompanhar o movimento do novelo e criar o ritmo do balanço.
b) Reproduzir exatameante os sons repetitivos do novelo.
c) Provocar a sensação de agitação da criança.
d) Sugerir que a rima é o único recurso utilizado na poesia.19

Leia o texto abaixo:
O leão, o burro e o rato
            Um leão, um burro e um rato voltavam, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:
            - Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em  paz para deliberar.
            Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo  a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro  perguntou ao leão:
            - Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?
            O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostando-o no chão, morto.
            Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:
            - Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora - divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.
            Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato chamou:
            - Compadre leão, está pronta a partilha!
O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:
            - Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma partilha tão certa?
            E o rato respondeu:
            - Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu - é  claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha - é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu.
            Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha - e, evidentemente, a
partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!
            - Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! - exclamou o leão,
realmente admirado. - Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como  você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?
            - Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.
Millôr Fernandes

8. A narrativa procura passar a idéia de que:
a) A justiça é cega.                                                      b) Os fortes não são sábios.     
c) A sabedoria é própria das criaturas menores.   d) Só um burro tenta ficar com a parte do leão.

Leia a poesia de Drummond e responda a questão:
Elegia
Ganhei (perdi) meu dia.
E baixa a coisa fria
Também chamada noite, e o frio ao frio
em bruma se entrelaça, num suspiro.21
Caderno de Atividades
E me pergunto e me respiro
na fuga deste dia que era mil
para mim que esperava
os grandes sóis violentos, me sentia
tão rico deste dia
e lá se foi secreto, ao serro frio (...)
Carlos Drummond de Andrade

9. Dos versos, podemos entender que:
a) O poeta sente medo e tristeza dentro da noite negra e fria. Ele ama o dia e  sua luz.
b) O poeta exprime um suave sentimento de tranqüilidade, ao cair de uma noite  de inverno: ele merecera e ganhara mais um dia, aproveitando o descanso  da noite para meditar.
c) O poeta sente-se triste ao fim de mais um dia de um longo inverno, e lembrase com saudade dos dias quentes e alegres do verão.
d) O poeta, sentindo próximo o fim da vida, faz um retrospecto melancólico,  confrontando o muito que espera e o nada que tem nas mãos.

Leia o texto a seguir e responda as questões 10, 11 e 12:
Sou contra a redução da maioridade penal
            A brutalidade cometida contra os dois jovens em São Paulo reacendeu a fogueira da redução da idade penal. A violência seria resultado das penas que temos previstas em lei ou do sistema de aplicação das leis? É necessário também pensar nos porquês da violência já que não há um único crime.
            De qualquer forma, um sistema sócio-econômico historicamente desigual e violento só pode gerar mais violência. Então, medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temos que fazer as  opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos. Defendo uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do mundo houve experiência positiva de adolescentes e adultos juntos no mesmo sistema penal. Fazer isso não diminuirá a violência e formará mais quadros para o crime. Além disso, nosso sistema penal como está não melhora as pessoas, ao contrário, aumenta sua violência.
            O Brasil tem 400 mil trabalhadores na segurança pública e 1,5 milhão na segurança privada para uma população que supera 171 milhões de pessoas. O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la. Sou contra a redução da idade penal porque tenho certeza que ficaremos mais inseguros e mais violentos. Sou contra porque sei que a possibilidade de sobrevivência e transformação destes adolescentes está na correta aplicação do ECA. Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de adolescentes que violaram a lei. Agora não podemos esperar que adolescentes sejam capturados pelo crime para, então, querer fazer mau uso da lei. Para fazer o bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade.
            Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idade penal, além de ineficiente para atacar o problema, desqualifica a discussão. Isso é muito comum quando acontecem crimes que chocam a  opinião pública, o que não respeita a dor das vítimas e não reflete o tema seriamente.
            Problemas complexos não serão superados por abordagens simplórias e imediatistas. Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas. Nossos jovens não precisam ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva lá. A decisão agora é nossa: se queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas.
Fonte: ROSENO, Renato. Coordenador do CEDECA - Ceará e da ANCED
- Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente.

10. Identifique o tema central trabalhado no texto:
a) Desigualdade Social.       b) Maioridade Penal.       c) Preconceito.    d) Violência.

11. Com base na leitura do texto, assinale a alternativa que expressa a opinião do autor e não um fato narrado:
a) O Brasil tem 400 mil trabalhadores na segurança pública e 1,5 milhão na segurança privada para uma população que supera 171 milhões de pessoas.
b) No [ECA] estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização  de adolescentes que violaram a lei.
c) Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas.
d) A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu a fogueira da redução da idade penal.

12. A que gênero pertence o texto lido:
a) Uma entrevista.       b) Um artigo de opinião.      c) Um texto de divulgação científica.
d) Um depoimento pessoal.



01 A 
02 A 
03 C 
04 B 
05 A 
06 C 
07 A 
08 D 
09 D 
10 B 
11 C  
12B

ATIVIDADES DO SAERJINHO COM GABARITO


Leia o texto abaixo:
Cinzas na Amazônia
            Agosto marca o início tradicional das queimadas na Amazônia Legal. Mas os primeiros
dias deste mês foram preocupantes. O número de focos de fogo na região é 40% maior que em 2006. “Acendemos o sinal amarelo”, diz o pesquisador Alberto Setzer, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É cedo para soar o alarme, mas o temor é que, se a estiagem que atinge a região continuar, os próximos meses sejam enfumaçados. Há outros dois motivos de inquietação. Os focos atuais se concentram no norte de Mato Grosso, sul do Pará e leste do Tocantins, todos com forte atividade agrícola. E todas as reservas florestais nacionais registraram casos de incêndio.
Fonte: Revista Superinteressante. nº 482, 13 de agosto de 2007.

1. De acordo com o texto anterior, pode-se inferir que:
a) As queimadas na Amazônia Legal ocorrem com maior freqüência antes do mês de agosto.
b) Se a frase na linha 3 “acendemos o sinal amarelo” for alterada para “ o sinal amarelo será acendido”, não haverá mudança no sentido do texto.
c) O clima seco auxilia na propagação dos focos de incêndio.
d) Os focos de incêndio podem apresentar riscos às florestas brasileiras.

Leia o texto abaixo:
Puro preconceito
            “É razoável que as pessoas tenham medo de assaltos. Eles se tornaram rotina nos centros urbanos e, por vezes, têm conseqüências fatais. Faz todo sentido, portanto, acautelar-se, evitar algumas regiões em certos horários e, até, evitar pessoas que pareçam
suspeitas.
            E quem inspira desconfiança é, no imaginário geral, mulato ou negro. Se falar com sotaque nordestino, torna-se duplamente suspeito. Pesquisa feita em São Paulo, contudo, mostra que essas idéias não têm base na realidade. Não passam de preconceito na acepção literal do termo. Dados obtidos de 2901 processos de crimes contra o patrimônio (roubo e furto) entre 1991 e 1999 revelam que o ladrão típico de São Paulo é branco (57% dos crimes) e paulista (62%).
            Os negros, de acordo com a pesquisa, respondem por apenas 12% das ocorrências. Baianos e pernambucanos, juntos, por 14%.
            O estudo é estatisticamente significativo. Os 2901 processos correspondem a 5% do total do período. É claro que algum racista empedernido poderia levantar objeções metodológicas contra o estudo. Mas, por mais frágil que fosse a pesquisa, ela já serviria para mostrar que o vínculo entre mulatos, negros, nordestinos e assaltantes não passa de uma manisfestação de racismo, do qual, aliás, o brasileiro gosta de declarar-se isento. (...)
Fonte: Folha de São Paulo, 06 de março de 2001.

2. O texto defende a idéia de que é falsa a relação suposta pelas pessoas entre a cor da pele, a origem e o grau de periculosidade de um indivíduo. Para defender esse ponto de vista são apresentados:
a) Opiniões de policiais.     b) O parecer do jornal.      c) Dados estatísticos.
d) Depoimento das vítimas.

“Há uma geração sem palavras”
            A malhação física encanta a juventude com seus resultados estéticos e exteriores. O que pode ser bom. Mas seria ainda melhor se eles se preocupassem um pouco mais com os “músculos cerebrais”, porque, como diz o poeta e tradutor José Paulo Paes, “produzem satisfações infinitamente superiores”.
Fonte: Marili Ribeiro – Jornal do Brasil, caderno B, Rio de Janeiro, 28 de dez. 1996, p. 6.
3. No fragmento apresentado, o autor defende a tese de que:
a) A malhação física traz ótimos benefícios aos jovens.
b) Os jovens devem se preocupar mais com o desenvolvimento intelectual.
c) O poeta José Paulo Paes pertence a uma geração sem palavras.
d) Malhar é uma atividade superior às atividades cerebrais.

Analise este trecho de um artigo:
Não nascemos sabendo
            Nós, humanos e humanas, somos portadores de um “defeito” natural que acaba por se tornar nossa maior vantagem: não nascemos sabendo!
            Por isso, do nascimento ao final da existência individual, aprendemos (e ensinamos) sem parar; o que caracteriza um ser humano é a capacidade de inventar, criar, inovar e isso é resultado do fato de não nascermos já prontos e acabados. Aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
            Aqueles entre nós que imaginarem que nada mais precisam aprender ou, pior ainda, não têm mais idade para aprender, estão-se enclausurando dentro de um limite que desumaniza e, ao mesmo tempo, torna frágil a principal habilidade humana: a audácia de escapar daquilo que parece não ter saída.
            A educação é vigorosa quando dá sentido grupal às ações individuais, isto é, quando se coloca a serviço das finalidades e intenções de um grupo ou uma sociedade; uma educação que sirva apenas ao âmbito individual perde impulso na estruturação da vida coletiva, pois, afinal de contas, ser humano é ser junto, e aquilo que aprendemos e ensinamos tem de ter como meta principal tornar a comunidade na qual vivemos mais apta e fortalecida. [...]
            Quem não estiver aberto a mudanças e comprometido com questões de novos aprendizados estará fadado ao insucesso profissional e pessoal. Vale sempre lembrar a frase do fictício detetive chinês Charlie Chan: “Mente humana é como pára-quedas; funciona melhor aberta” [...].
Mario Sergio Cortella
Fonte: http://www.abrhba.com.br/artigos/naonascemossabendo.htm - Acesso em: 10/03/03.

4. A idéia central do texto é:
a) Que a característica do ser humano é a capacidade de inventar.
b) Que o ser humano não nasce sabendo e que pode sempre aprender.
c) Que o ser humano tem habilidade de aprender.
d) Que o ser humano tem capacidade de repassar seu aprendizado à comunidade.

Leia o texto abaixo:
            Recebi uma correspondência muito interessante de uma leitora que é mãe de uma menina de cinco anos. Ela conta que saiu com o marido para uma compra aparentemente simples: uma sandália para a filha usar no verão. O que parecia fácil, porém tornou-se motivo de receio, indignação e reflexão. (...) Existem sandálias com salto plataforma, com salto anabela, com saltinho e com saltão. Mas sandálias para a menina correr, pular e virar cambalhota, saltar, nada! Ou seja, é difícil encontrar sandália para criança, porque agora a menina tem que se vestir como mulher.
Fonte: Adaptação: SAYÃO, Rosely. Folha de São Paulo, São Paulo, 29 nov. 2001.

5. Após ler o texto responda: Os termos em negrito indicam:
a) Oposição, finalidade, explicação,conclusão.
b) Oposição, conclusão, explicação,finalidade.
c) Explicação, causa, oposição,conseqüência.
d) Conseqüência, causa, finalidade,oposição.

Leia o texto abaixo:
            “No Antigo Egito, o gato foi honrado e enaltecido, sendo considerado como um animal santo. Nesta mesma época, a gata transformou-se na representação da Deusa Bastet, fêmea do deus Sol Rá. [...] Na Europa, o gato se desenvolveu com as conquistas romanas. Ele foi admirado pela sua beleza e dupla personalidade (ora um selvagem independente, ora um animal doce e afável), e apreciado ainda no século XI quando o rato negro invadiu a Europa. No século XIII desenvolveram-se as superstições e o gato passou de criatura adorada a infernal, associada aos cultos pagãos e à feitiçaria. A igreja lhe virou as costas. [...] No século XVIII ele voltou majestoso e em perfeito acordo com os poetas, pintores e escritores que prestam homenagem à graça e à beleza de seu corpo.”
Fonte: Revista DC. Diário Catarinense, 25 de abril 1999.
6. A informação principal que se destaca no texto é:
a) A trajetória do gato ao longo da história.
b) Justificar a importância dos gatos e dos ratos.
c) Descrever a história dos ratos ao longo dos tempos.
d) Citar superstições acerca dos gatos.
Leia o texto abaixo:
O Dia Seguinte
“Se há alguma coisa importante neste mundo, dizia o marido, é uma empregada de confiança. A mulher concordava, satisfeita: realmente, a empregada deles era de confiança
absoluta. Até as compras fazia, tudo direitinho. Tão de confiança que eles não hesitavam em deixar-lhe a casa, quando viajavam.
Uma vez resolveram passar o fim de semana na praia. Como de costume a empregada
ficaria. Nunca saía nos fins de semana, a moça. Empregada perfeita.
Foram. Quando já estavam quase chegando à orla marítima, ele se deu conta: tinham
esquecido a chave da casa da praia. Não havia outro remédio. Tinham de voltar. Voltaram.
Quando abriram a porta do apartamento, quase desmaiaram: o living estava cheio de gente, todo mundo dançando, no meio de uma algazarra infernal. Quando ele conseguiu se recuperar da estupefação, procurou a empregada:
- Mas o que é isto, Elcina? Enlouqueceu?
Aí um simpático mulato interveio: que é isto, meu patrão, a moça não enlouqueceu, coisa alguma, estamos apenas nos divertindo, o senhor não quer dançar também? Isto mesmo, gritava o pessoal, dancem com a gente.
O marido e a mulher hesitaram um pouco; depois - por que não, afinal a gente tem de experimentar de tudo na vida, aderiram à festa. Dançaram, beberam, riram. Ao final da noite concordavam com o mulato: nunca tinham se divertido tanto. No dia seguinte, despediram a empregada.”
Fonte: SCLIAR, Moacyr. Histórias para (quase) todos os gostos. Porto alegre: L&PM, 1998.
7. O fato no texto que dá início ao conflito é:
a) Todos se divertiram muito na festa.
b) A empregada era de confiança do casal.
c) O casal esqueceu a chave da casa de praia.
d) O casal resolve passar o fim de semana na praia.

Leia o trecho do romance Vidas Secas de Graciliano Ramos e responda:
“Iam-se amodorrando e foram despertados por Baleia, que trazia nos dentes um preá. Levantaram-se todos gritando. O menino mais velho esfregou as pálpebras, afastando pedaços de sonho. Sinhá Vitória beijava o focinho de Baleia, e como o focinho estava ensangüentado, lambia o sangue e tirava proveito do beijo”.
Fonte: RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 32 ed. São Paulo: Martins, 1974. p.47- 9.
8. Neste fragmento do texto:
a) O narrador é Sinhá Vitória.
b) O narrador é o menino mais velho.
c) O narrador é o cachorro Baleia.
d) O narrador não é um personagem da história.

Leia o texto abaixo:
O surdo aprende diferente
O surdo não adquire de forma natural a língua falada, e a sua aquisição jamais ocorre da mesma forma como acontece com a criança ouvinte. Esse processo exige um trabalho formal e sistemático. Os surdos, por serem incapazes de ouvir seus pais, correm o risco de ficar seriamente atrasados na compreensão da língua, a menos que providências sejam tomadas. E ser deficiente de linguagem, para um ser humano, é uma grande lacuna. Segundo Sacks, chega a ser uma calamidade, porque é por meio da língua que nos comunicamos livremente com nossos semelhantes, adquirimos e compartilhamos informações. Se não pudermos fazer isso, ficamos incapacitados e isolados.
Pesquisas realizadas em várias cidades do Brasil chegaram à triste conclusão de que o oralismo, ainda utilizado em muitas escolas, não apresenta resultados satisfatórios para o desenvolvimento da linguagem do surdo. Além disso, o oralismo só é capaz de perceber 20% da mensagem, através da leitura labial.
O bilingüismo busca respeitar o surdo na questão do processo de aquisição da sua língua natural, tendo como pressuposto básico que o surdo deve adquirir como língua materna e primeira língua (L1) a língua de sinais e, como segunda língua (L2), a língua oficial de seu país; no nosso caso a Língua Portuguesa.
Fonte: Revista Mundo Jovem julho de 2008 página 3, fragmento.

9. Segundo o texto apresentado, o surdo não adquire a linguagem da mesma forma que o ouvinte. O processo exige um trabalho formal e sistematizado. Qual a consequência quando não há este trabalho?
a) O surdo corre o risco de ficar seriamente atrasado na compreensão da língua.
b) O surdo não poderá fazer a leitura labial.
c) O surdo terá grandes problemas com o bilinguismo e com o oralismo.
d) O surdo será incapaz de compreender as mensagens através da leitura labial.

Leia o texto abaixo:
O socorro
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio.
Enlouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo
da cova, desesperado.
A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só um pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram.
Uma cabeça ébria lá em cima, perguntou o que havia: O que é que há?
O coveiro então gritou desesperado: “Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!” “Mas coitado!” - condoeu-se o bêbado. “Tem toda razão de estar com frio. Alguém
tirou a terra de você, meu pobre mortinho!” E, pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.
Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela.
Fonte: FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1991.
10. O motivo pelo qual o coveiro não conseguiu sair do buraco foi que:
a) Distraiu-se tanto com seu trabalho que cavou demais.
b) Anoiteceu rapidamente e ele sentiu medo de sair dali.
c) Estava com muito frio e precisava de um lugar para dormir.
d) Por mais que gritasse, ninguém atendeu seu pedido.

Leia o texto abaixo:
O consumo de álcool cresce entre os jovens brasileiros. Muitos não se preocupam com a dependência nem encaram a bebida como droga. Mas, segundo a Organização Mundial de Saúde, o álcool é a droga mais consumida no mundo, com doze bilhões de usuários.”
Fonte: Revista Isto É/1978- 26/09/07 pág. 50.
11. A função desempenhada pela palavra destacada no texto é:
a) Comparação entre idéias
b) Adição de idéias.
c) Conseqüência dos fatos.
d) Finalidade dos fatos.


1 D      2 c      3 b      4b     5 b     6 a  7 c    8 d    9 a   10 d 11 b