Teste seus conhecimentos resolvendo 12 questões
de interpretação de texto para o Enem.
01. O texto a seguir foi extraído de um romance brasileiro. A
partir de sua leitura, é possível extrair traços que permitam identificar o
estilo literário a que pertence. Assinale a alternativa que indique esses
traços e a escola a que o trecho pode ser filiada.
Caía a
tarde.
No
pequeno jardim da casa do Paquequer, uma linda moça se embalançava
indolentemente numa rede de palha presa aos ramos de uma acácia silvestre, que
estremecendo deixava cair algumas de suas flores miúdas e perfumadas.
Os
grandes olhos azuis, meio cerrados, às vezes se abriam languidamente como para
se embeberem de luz, e abaixavam de novo as pálpebras rosadas.
Os
lábios vermelhos e úmidos pareciam uma flor da gardênia dos nossos campos,
orvalhada pelo sereno da noite; o hálito doce e ligeiro exalava-se formando um
sorriso. Sua tez(1), alva e pura como um froco(2) de algodão, tingia-se nas faces de uns longes(3) cor-de-rosa, que iam, desmaiando, morrer no colo de linhas
suaves e delicadas.
O seu
traje era do gosto mais mimoso e mais original que é possível conceber; mistura
de luxo e simplicidade.
Tinha
sobre o vestido branco de cassa(4) um ligeiro saiote de riço(5) azul apanhado à cintura por um broche; uma espécie de arminho(6) cor de pérola, feito com a penugem macia de certas aves, orlava(7) o talho(8) e as
mangas, fazendo realçar a alvura de seus ombros e o harmonioso contorno de seu
braço arqueado sobre o seio.
Os
longos cabelos louros, enrolados negligentemente em ricas tranças, descobriam a
fronte alva, e caíam em volta do pescoço presos por uma presilha finíssima de
fios de palha cor de ouro, feita com uma arte e perfeição admirável.
A mãozinha afilada(9) brincava com um ramo de acácia que se curvava carregado de
flores, e ao qual de vez em quando segurava-se para imprimir à rede uma doce
oscilação.
Notas: (1) pele; (2) floco; (3) tonalidades suaves; (4) tecido fino;
(5) tecido de lã: (6) tipo de agasalho; (7) enfeitava; (8) corte (do vestido);
(9) fina.
a) A
sensualidade e animalização que se associam à personagem evidenciam traços
naturalistas.
b) A
construção de uma imagem urbanizada e cosmopolita da figura feminina denuncia a
estética modernista.
c) A
colocação da personagem apenas como pretexto para tratar de aspectos da
natureza revela o neoclassicismo.
d) A
imagem espiritualizada da mulher, de franca inspiração religiosa, aponta para a
estética barroca.
e) A idealização da
mulher e seu envolvimento harmonioso com a natureza brasileira permitem
aproximar a imagem do Romantismo.
A tirinha a seguir serve de base para as questões 02 e 03.
Observe-a com atenção:
02.
Comparando a fala do primeiro balão com a do último, é CORRETO afirmar que:
a) há
uma relação intertextual entre elas, embora haja diferenças de estrutura
sintática entre uma e outra.
b) sob
o ponto de vista conceitual, a expressão “lei da selva” tem uma extensão mais
ampla que “lei da gravidade”, que tem sentido especializado.
c) a
forma verbal “Lamento” sugere a relação respeitosa que as personagens
estabelecem entre si na tirinha.
d) a
conjunção “mas” poderia ser substituída, somente no primeiro quadrinho, porporém ou no
entanto.
e) a expressão “lei da
gravidade” não pode ser entendida, devido ao contexto sarcástico, como um termo
técnico da Física.
03. A imagem no segundo quadrinho
a)
comprova que a lei da selva é válida em todas as situações.
b) é
incompatível com o que ocorreu no primeiro quadrinho.
c)
reforça o lamento do gato no começo da tirinha.
d)
permite ao rato fazer a observação que está no último balão.
e) mostra a indignação do
rato para com a postura do gato.
04. O
fragmento seguinte foi extraído do poema “sida”, do poeta português Al Berto.
Seu título é a sigla da doença Síndrome de Imuno-Deficiência Adquirida — que no
Brasil é designada pelo correspondente em inglês AIDS. Leia-o e assinale a
alternativa CORRETA sobre ele:
aqueles
que têm nome e nos telefonam
um dia
emagrecem — partem
deixam-nos
dobrados ao abandono
no
interior duma dor inútil muda
e voraz
a) Os
versos usam de humor para falar de um tema delicado.
b) O
trecho trata da impotência humana diante da morte.
c) O
texto faz uma crítica moralista da podridão humana.
d) O
poema explora basicamente a decepção amorosa.
e) A crítica ao sistema
de telemarketing mostra o caráter moderno do texto.
05. Textos para a questão
Texto 1
No meio
das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos — cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São
muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas
coortes Assombram das matas a imensa extensão.
São
rudos1, severos, sedentos de glória,
Já
prélios2 incitam,
já cantam vitória,
Já
meigos atendem à voz do cantor:
São
todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu
nome lá voa na boca das gentes,
Condão3 de prodígios, de glória e terror!
(DIAS, Gonçalves. “I-Juca-Pirama”.)
Notas: 1) rudes; 2) guerras; 3) poder (entenda-se: o nome “Timbiras”
teria o poder de evocar a fama de “prodígios, de glória e terror” atribuída a
essa nação indígena).
Texto 2
No
fundo, que vem a ser o magnífico “I-Juca-Pirama”? É a idealização das próprias
virtudes heróicas da nossa raça, não no complexo dos sentimentos que ali se
exaltam, a das do índio — ser tão rude, tão elementar, símbolo da incongruência
moral.
Sabemos
perfeitamente e já o sabiam os descobridores: ele é uma criança que se vende ou
vende os seus por um espelhinho, um berimbau ou um metro de baeta1.
Isolado
sempre foi assim, e hoje coletivamente o é, nas malocas de pobre vencido,
descrido2, muitas vezes reduzido a um bicho abjeto3,
hidrópico4, por efeito do paludismo5, nas
regiões ribeirinhas onde o mosquito anda em nuvens.
(VÍTOR,
Nestor. “Macunaíma,
o herói sem nenhum caráter”.
O Globo: Rio
de Janeiro, 8/10/1928.)
Notas: 1) tecido de algodão; 2) desacreditado; 3) desprezível; 4)
portador de moléstia que se caracteriza pelo inchaço resultante da retenção de
líquidos no organismo; 5) malária.
Leia as asserções
seguintes:
I. Os
dois textos apresentam visões bem diferentes a propósito da cultura e da
condição dos povos indígenas.
II. O Texto 1 é um
fragmento de poema que idealiza o índio como herói, de acordo com a visão
típica do Romantismo, embora tal visão se baseie numa característica
fundamental da cultura indígena: a de ser uma cultura de povos guerreiros.
III. O Texto 2 é um
fragmento de crítica literária que apresenta a cultura dos povos indígenas e a
condição do índio tal como se configuram de fato na vida real, de acordo com
uma visão neutra e, até hoje, cientificamente válida.
IV. O Texto 2 compreende
a cultura e a condição dos índios de modo preconceituoso, embora se fundamente
em observações que podem corresponder, parcialmente, à condição degradada a que
foram submetidos os povos indígenas no Brasil ao longo da história.
É(são) correta(s) a(s) asserção(ões):
a)
Apenas I e IV.
b)
Apenas II, III e IV.
c)
Apenas I, II e IV.
d)
Nenhuma, exceto a I.
e) A II, exclusivamente.
06. O texto a seguir pertence ao livro Infância (1945),
de Graciliano Ramos. Leia-o e assinale a alternativa CORRETA sobre ele.
O ponto
de reunião e fuxicos era a sala de jantar, que, por duas portas, olhava o
alpendre(1) e a
cozinha. Como falavam muito alto, as pessoas se entendiam facilmente de uma
peça para outra. Nos feixes de lenha arrumados junto ao fogão, na prensa de
farinha, nos bancos duros que ladeavam a mesa, a gente se sentava e ouvia as
emboanças(2) do
criado, um caboclo besta e palrador(3).
Rosenda lavadeira cachimbava e engomava roupa numa tábua. (…)
Vivíamos todos em grande
mistura — e a sala de visitas era inútil, com as cadeiras pretas desocupadas,
uma litografia(4) de S.
João Batista e uma do inferno, o pequeno espelho de cristal que Amâncio,
afilhado de meu pai, trouxera do Rio ao deixar o exército no posto de sargento.
Notas: (1) varanda coberta; (2) conversas sem importância; (3) falante;
(4) espécie de pintura.
a) No
trecho, o narrador estabelece uma relação contrastante entre dois espaços
domésticos distintos.
b) Ao
afirmar que a sala de jantar “olhava o alpendre e a cozinha”, o narrador cria
uma metáfora da vigilância opressiva e autoritária sobre empregados.
c) A
inutilidade atribuída à sala de visitas se explica pela condição de
recolhimento em que vive a família do narrador, fechada em si mesma.
d) O
narrador se coloca em uma postura objetiva, estabelecendo um distanciamento em
relação ao espaço retratado.
e) A separação nítida
entre espaços de patrões e de empregados funciona como evidência e denúncia do
elitismo característico da família patriarcal nordestina.
Textos para as questões 07 e 08
Leia atentamente a tira
do cartunista Laerte, publicada no jornal Folha
de S. Paulode 25/03/2009, e a letra da canção “Maracangalha”, criada pelo
compositor baiano Dorival Caymmi em 1956.
Maracangalha
Dorival
Caymmi
1 Eu
vou pra Maracangalha
Eu vou!
3 Eu
vou de uniforme branco
Eu vou!
5 Eu
vou de chapéu de palha
Eu vou!
7 Eu
vou convidar Anália
Eu vou!
9 Se
Anália não quiser ir
Eu vou
só!
11 Eu
vou só!
Eu vou
só!
13 Se
Anália não quiser ir
Eu vou
só!
15 Eu
vou só!
Eu vou
só sem Anália
17 Mas
eu vou!...
Eu vou só!...
07. Aponte a alternativa INCORRETA a respeito dos dois
textos:
a)
Embora utilize uma outra linguagem, a tira estabelece uma clara relação
intertextual com o conteúdo da canção, pois toma como reais as ações que o eu
lírico da canção imaginara para seu futuro imediato.
b) Há
uma evidente correspondência entre o sétimo verso da canção e o segundo
quadrinho da tira.
c) Há
uma evidente correspondência entre o primeiro verso da canção e o último
quadrinho da tira.
d) A
tira reconstrói a situação a que a canção se refere num cenário mais
contemporâneo, conferindo um aspecto mais atual a elementos como os mencionados
no terceiro e no quinto verso da canção.
e) As afirmações contidas
nos cinco versos finais da canção são desmentidas pelo último quadrinho da
tira.
08. O terceiro verso da letra da canção de Caymmi aparece
em algumas fontes de consulta grafado da seguinte maneira:
“Eu vou
de liforme branco”
Observe
os comentários a seguir a respeito dos textos:
I. A
grafia “liforme” busca imitar uma pronúncia popular de uniforme, reforçando o efeito de oralidade produzido
por meio de formas como “pra” e pelas frases curtas e repetidas.
II. Os
traços de coloquialidade presentes na canção colaboram para criar um efeito de
verdade, uma impressão de sinceridade do poeta, o que é um traço dos textos em
que predomina a função emotiva.
III. As
manifestações de euforia do eu lírico na canção cedem lugar, na tirinha, para o
pressentimento da personagem masculina, que está prestes a ver frustrada a sua
aspiração de viajar com Anália.
Podem
ser considerados corretos os comentários:
a) II, apenas.
b) I e
II, apenas.
c) I e
III, apenas.
d) II e
III, apenas.
e) I, II e III.
09. Texto para a questão
A
charge acima, do cartunista Benett, foi publicada no jornal Gazeta do Povo em
29/12/2008. Marque a alternativa que a analisa equivocadamente:
a) A
figura da caveira com a foice na mão representa o tema da morte.
b)
Quando a caveira sai de férias, significa que o contexto é de paz.
c) A
caveira sempre está de plantão, já que sempre ocorrem mortes.
d)
Quando a caveira está de plantão o quadro é de guerra.
e) A charge faz alusão à
guerra entre palestinos e judeus.
10. Texto para a questão
Conforme
noticiado pelo jornal O
Estado de S. Paulo de
2/5/2009 (p. B5), em conversa de Luiz Inácio Lula da Silva com diretores da
Petrobras num evento comemorativo “do início da exploração do petróleo abaixo
da camada de Sal, na área de Tupi — maior reserva descoberta no mundo nos
últimos 30 anos —“, o presidente se expressou nos seguintes termos (com
destaques nossos):
“Gente, estou aqui
falando da nova era que tem início hoje, falando de uma transcendência
incomensurável. (...) Vocês estão acreditando que estou dizendo isso? Nem eu
estou crendo em mim mesmo. Agora há pouco falei concomitantemente, daqui a
pouco vou falar em
passant e ainda
nem usei o sine
qua non. Para quem tomou posse falando menas laranja tá bom demais.”
Sobre
os comentários de Lula, assinale a afirmativa incorreta:
a) Numa
primeira leitura, tem-se a impressão de que o anafórico isso tem
como referência a grande importância do momento histórico que motivou o evento.
b) Numa
leitura mais atenta, percebe-se que isso tem como referência a expressão “transcendência incomensurável”,
configurando uso de metalinguagem.
c) O
próprio presidente faz humor sobre o grau de sofisticação que alcançou em matéria
de linguagem.
d) Lula
faz uma mistura inaceitável de variantes lingüísticas, ao juntar a expressão
“menas laranja” com “transcendência incomensurável”.
e) Entre
“concomitantemente”, “en passant” (do francês; “por alto”, “ligeiramente”) e
“sine qua non” (do latim; “indispensável”, “imprescindível”), nota-se uma
gradação ascendente, orientada para o mais sofisticado.
Texto para as questões 11 e 12
Modos
de xingar
Biltre!
— O
quê?
—
Biltre! Sacripanta!
—
Traduz isso para português.
—
Traduzo coisa nenhuma. Além do mais, charro! Onagro!
Parei
para escutar. As palavras estranhas jorravam do interior de um Ford de bigode.
Quem as proferia era um senhor idoso, terno escuro, fisionomia respeitável,
alterada pela indignação. Quem as recebia era um garotão de camisa esporte;
dentes clarinhos emergindo da floresta capilar, no interior de um fusca. Desses
casos de toda hora: o fusca bateu no Ford. Discussão. Bate-boca. O velho usava
o repertório de xingamentos de seu tempo e de sua condição: professor, quem
sabe? Leitor de Camilo Castelo Branco.
Os
velhos xingamentos. Pessoas havia que se recusavam a usar o trivial das ruas e
botequins, e iam pedir a Rui Barbosa, aos mestres da língua, expressões que
castigassem fortemente o adversário (…). “Ladrão”, simplesmente, não convencia.
Adotavam-se formas sofisticadas, como “ladravaz”, “ladroaço”. Muitos preferiam
“larápio” (…)
(Carlos Drummond de
Andrade, As
palavras que ninguém diz. Record: Rio de Janeiro, 1997, p. 23-24.)
11. A função da linguagem predominante no texto é a:
a) emotiva, já que a crônica exprime a subjetividade do cronista, por meio de adjetivos e da 1ª pessoa do singular.
a) emotiva, já que a crônica exprime a subjetividade do cronista, por meio de adjetivos e da 1ª pessoa do singular.
b)
apelativa, uma vez que o cronista indiretamente pede ao leitor que não use
palavras difíceis.
c)
referencial, visto que conta uma história com objetividade, usando a 3ª pessoa
e palavras de sentido denotativo.
d)
metalingüística, porque reflete sobre o próprio código, no caso, os diferentes
usos da língua.
e) poética, pois foi
escrita pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, preocupado com a construção
expressiva da mensagem.
12. Marque a alternativa que analisa CORRETAMENTE as
referências do texto às variantes lingüísticas:
a)
“Biltre” e “sacripanta” não são formas antigas de xingamento.
b)
“Ladravaz” é um xingamento mais ofensivo do que “ladrão”.
c)
“Charro” e “onagro” são modos de xingar utilizados tanto por jovens quanto por
idosos.
d) Os
modos de xingar não variam conforme a idade e a condição social de quem xinga.
e) Pelo
modo de xingar é possível imaginar a idade e a condição social do falante.
GABARITO:
01 - Resposta: E - O
trecho foi extraído do romance O guarani, de José de Alencar (Parte I, capítulo
V, “Loura e morena”). Nele, a caracterização da personagem segue os princípios
típicos da estética romântica: descritivismo, idealização, associação com a
natureza, requinte vocabular, expressividade sentimental e subjetiva.
02 – Resposta: B - A
expressão “lei da selva” é uma gíria, um regionalismo brasileiro que remete à
tese de que o mais forte pode impor sua vontade aos mais fracos. No último
quadrinho, essa expressão é substituída por “lei da gravidade”, que pertence ao
universo teórico da Física e, como tal, apresenta maior precisão conceitual.
03 - Resposta: D - Quando,
no segundo quadrinho, o gato quebra as telhas e cai, o rato pode fazer, no
último quadrinho, o comentário de que a “lei da gravidade” é implacável. Assim,
é a imagem da queda do felino que permite a piada no balão final da tirinha.
04 - Resposta: B - O
poema “sida” foi publicado em Horto de incêndio (Ed.Assírio & Alvim, 1997).
Dele, retirou-se a primeira estrofe, na qual o autor expressa a tristeza diante
do desaparecimento de amigos, perdidos para a morte — explicitada no próprio
título.
05 - Resposta: C -
Apesar de apresentar um retrato que, parcialmente, poderia corresponder a
situações reais, a asserção III apresenta uma visão antropológica eurocêntrica
e, ideologicamente, deformada pelos preconceitos culturais herdados do
cientificismo do século XIX, que se apóia em teorias que consideravam os
índios, no suposto processo evolutivo das sociedades humanas, como “crianças”
desprovidas de congruência moral. Tal visão não pode ser caracterizada, hoje,
como científica e, muito menos, neutra.
06 - Resposta: A - O
trecho foi extraído do capítulo “Padre João Inácio”, de Infância, de Graciliano
Ramos. Nele, o narrador descreve dois ambientes, a sala de jantar (primeiro
pará-grafo) e a de visitas (segundo parágrafo). Esta última é descrita como
“inútil”, por se distanciar de sua função original de ambiente de convívio e de
trocas afetivas — função cumprida, segundo o texto, pela sala de jantar, “ponto
de reunião” e lugar onde “a gente se sentava ouvindo as emboanças do criado”.
07 - Resposta: E - Não
há na tira nenhum indício de que a personagemmasculina deixará de embarcar no
ônibus que está prestes a partir. Ao contrário, como a relação intertextual que
se estabelece entre os textos é de acordo, fica sugerido que a personagem irá
para Maracangalhamesmo que não consiga fazer o convite para Anália, tal como
planejara.
08 - Resposta: E - Os
três comentários estão corretos. A grafia “liforme”, não admitida pela norma
padrão, realmente se aproxima da pronúncia popular da palavra, reforçando o
efeito de oralidade da canção, na qual é evidente a exploração do universo
emotivo do eu lírico, que expõe sua alegria eufórica diante da expectativa de
ir para Maracangalha no futuro imediato. Na tira, predomina a apreensão do
personagem que quer urgentemente fazer contato com Anália, que não estava em
casa.
09 - Resposta: C - É
verdade que sempre ocorrem mortes. Mas num quadro de guerra, elas são mais
freqüentes do que num quadro de paz. Por isso, no contexto, o fato de a caveira
estar de plantão significa que irá trabalhar mais, porque ocorrerão mais
mortes. A placa indicando “Gaza”, local em que moram palestinos, contextualiza
a charge, apontando a zona de conflito com os judeus. Em 2008, o conflito se
acentuou e foi deflagrada uma guerra entre eles, a que Benett faz alusão.
10 – Resposta: D -
Considerando a intenção evidente de fazer humor e de estabelecer uma relação de
informalidade, a mistura de variantes se justifica.
11 - Resposta: D - A
crônica, a começar pelo título, é uma reflexão sobre a linguagem — mais
especificamente, sobre as diferentes maneiras de usar a língua. A função
metalingüística se caracteriza pela reflexão sobre o próprio código: a
linguagem sendo usada para fazer comentários sobre a própria linguagem.
12 - Resposta: E - O
trecho “o velho usava o repertório de xingamentos de seu tempo e de sua
condição social: professor, quem sabe? Leitor de Camilo Castelo Branco” indica
que as maneiras de xingar variam conforme a idade e a condição social de quem
xinga: uma pessoa mais velha e de mais cultura, no caso, usa um léxico mais
sofisticado, um vocabulário mais pomposo.
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